Coca-Cola oferece R$ 3 milhões para quem resolver seu maior problema
Maior fabricante de refrigerantes do mundo, a
Coca-Cola lançou na última semana um desafio em que promete pagar US$ 1
milhão de dólares (cerca de R$ 3,17 milhões) a quem ajudá-la a superar
um de seus maiores problemas: o açúcar.
Em comunicado no seu site
oficial, a empresa diz que o concurso é um “apelo à ação para
pesquisadores e cientistas para encontrar um composto de origem natural,
seguro e com baixa ou nenhuma caloria, que crie a sensação de gosto de
açúcar quando usado em bebidas e alimentos”. A Coca-Cola promete pagar o
prêmio ao vencedor em outubro de 2018.
“Achei (o valor da
premiação) um pouco baixo”, opina Ross Colbert, analista de bebidas da
multinacional financeira Rabobank, em entrevista ao site americano
"Quartz". “Acredito que quem encontrar a solução pode ganhar mais
dinheiro que isso”, completa.
A publicação ressalta que este
composto não poderá ser “à base de estévia ou fruta-dos-monges e nem ser
extraída de alguma espécie de planta protegida”. “Essa tarefa hercúlea
certamente é um dos maiores problemas enfrentados pela indústria de
alimentos, que movimenta US$ 4,8 trilhões”, acrescenta.
De
acordo com o Quartz, pesquisas mostraram que hoje os americanos bebem
15% menos de refrigerantes se comparado há 15 anos, principalmente por
preocupações com a saúde. Para completar, tanto a produção de
refrigerantes da Coca-Cola como de sua maior rival, Pepsi, também estão
em queda ao longo da década no país.
“Este concurso mostra o
tamanho da pressão que é encontrar um substituto (ao açúcar) ou uma
adequação. É algo como a busca pelo Santo Graal, porque criou uma
adversidade aos refrigerantes gaseificados”, analisa Colbert.
Segundo
o Quartz, as tendências de vendas mostram que os consumidores estão
cada vez mais preocupados com a ligação do açúcar com doenças crônicas -
incluindo doenças cardíacas e diabetes - e estão mudando para bebidas
mais saudáveis, como água e chás de ervas. Além disso, o aumento de
imposto sobre os refrigerantes está sendo discutido em alguns estados
americanos.
Ao longo do tempo, as empresas de soda tentaram
alternativas diferentes para o açúcar - particularmente em seus produtos
de refrigerante diet -, mas não encontraram nada que o reproduza
perfeitamente.
A Pepsi, por exemplo, tentou usar sacarina na Diet
Pepsi, mas depois a trocou em 1984 por um adoçante artificial de "melhor
sabor", o aspartame. Mas, à medida que os consumidores reclamavam da
falta de ingredientes naturais em seus produtos, a empresa decidiu usar a
sucralose. No entanto, em 2016, voltou a utilizar o aspartame, alegando
que seu antecessor mudou o sabor da bebida.
O Quartz lembra que
outra possibilidade, o extrato de estévia, funciona bem para algumas
bebidas, especialmente para refrigerantes de limão, mas deixa um gosto
ruim na boca quando usado na Coca-Cola.
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